Eu gosto do silêncio e de ficar sozinha, foi uma surpresa entender o modo como tudo isto tem me afetado. Ainda mais entender como às vezes fico deprimida depois de falar com amigos por whattsapp... Foi o que aconteceu ontem à noite.
Opiniões tão diferentes....Eu às vezes sou tão esponja, pareço que não tenho pele, limites...Absorvo tudo...Alguns vendo o mundo de forma catastrófica...COVID-19, Bolsonaro, tudo em um mesmo dia, é difícil mesmo...O que para mim é um mundo sem cor e sem perspectiva? É não poder viajar, é ficar ilhada, é não poder encontrar o meu amor... Sim, eu me apaixonei em tempos de COVID-19, e eu tenho de esperar.
Outros, dizendo que tudo bem, pois ainda vemos luzes entrando pelas janelas do apartamento. O meu apartamento (assim como o de várias pessoas) é de segundo andar: não tem luz, não tem vista...
Amor em tempos de COVID-19. Que bom que existes, que ainda estás aí. A minha amiga está certa: não são períodos de distanciamento social, são períodos de distanciamento físico. Mas amantes precisam de contato físico.
Dai eu leio a Marta Medeiros falando de Rolling Stones (“you can’t always get what you want”); a Monica Salgado falando sobre quem seriam nossas rochas (amor de marido e mulher é condicional, não são rochas); e o Mario Corso afirmando que nossa única meta na quarentena deve ser a sobrevivência e a manutenção dos vínculos.
Com o coração mais em paz, esqueço (um pouco) que tenho de terminar de escrever um projeto para o CNPq, dou um beijo virtual no meu amor, e começo a escrever o meu diário. Porque conheci este blog também no dia de hoje. E fico pensando quem seriam minhas rochas....Meus pais são rochas, idosos, e estamos na fase de inversão de papeis. Meu pai sempre foi uma rocha para mim.
Que todos fiquemos seguros. E com alegria, depois de assistir a Veveta cantando “I will survive“.
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