Meu namorado ainda me visita semanalmente, não sabemos até quando. As restrições vêm se acumulando rapidamente, e ele depende do ônibus. Chega e vai direto pro banho, deixando a roupa e os sapatos na entrada de casa. Cada um de nós tem dois gatos adultos. Seria tenso juntar os quatro (ou essa é a justificativa que esconde a suspeita de que se isolar a dois também não é nada fácil). O fato é que alterar a rotina humana das casas já tem sido um desafio suficiente.
Há exatamente uma semana, a universidade suspendeu as aulas, mas a rádio seguiu com funcionamento normal até terça. Desde a última quarta, fizemos trabalho parcialmente remoto (alguém precisava ir até lá apresentar ao vivo os noticiários, invariavelmente pautados pelo coronavírus). A partir de hoje, mesmo as locuções passaram a ser feitas a distância, por telefone. Todos estão aprendendo a lidar com essa situação completamente nova e impensada. As dificuldades de relacionamento da equipe, antes subliminares, já se tornam bem delineadas quando escritas por extenso no grupo do whats.
Não aderi completamente à vida mediada pela tecnologia, e pelas tele-entregas. Fui à feira no final de semana, e eventualmente pretendo ir ao supermercado, ainda que minhas necessidades de consumo estejam sendo bastante redefinidas nesse contexto.
Acabo, porém, de sair da minha primeira sessão de terapia a distância (requer adaptação, mas me parece ok), e em seguida vou entrar em um encontro virtual com 8 amigas distribuídas em três cidades de dois continentes. Analógica que sou, ainda tenho certa dificuldade de interagir através das telas, que me remetem mais a algo para ser assistido. Mas, como disse minha amiga Julia, talvez a pandemia me obrigue a lidar de modo diferente com elas.
Imagina só, Elza, Buiú, Gambá e Laerte no mesmo time! Time dos sonhos, hein?! Te amo, nos veremos logo, meu amor.
ResponderExcluirE obrigado por acrescentar a Júlia Dantas na minha vida!