Anoiteceu, estou ouvindo Milton Nascimento em sua Live...
Quanta beleza nas suas músicas, letras e voz, mesmo que por vezes trêmula e fugaz, nas lembranças ecoa forte e vibrante.
Talvez hoje eu esteja ainda mais sensível. Me emociono com seu cantar.
Em outros momentos deste dia também me emocionei.
Iniciei o dia assim:
...com um vídeo de crianças cantando, separadas em suas casas. Unidas pelo canto e tecnologia, suas imagens formavam quadros graciosos.
... da mesma maneira emocionei, com a aula de yoga e meditação compartilhada;
...mais tarde com uma Focalizadora de Dança Circular, aproximando pessoas de toda parte, as faziam dançar individualmente, como se estivessem de mãos dadas, descobrindo o poder da Sagrada Intenção.
Estou sensível por tudo que estamos enfrentando em função da pandemia. Tive dias de angústia e depressão. Felizmente tive escuta, tive ajuda...
Então me pergunto:
O que nos faz parar ou agir? ...Criar? ...Olhar para dentro de nós mesmos?
Sobretudo, o que nos faz inventar e conjugar o verbo “Esperançar”
Lamento estar com uma agenda restrita, principalmente porque as pessoas estão temerosas.
Como fisioterapeuta poderia estar minimizando dolorimentos, promovendo saúde e bem estar, mas agora precisamos nos restringir e nos cuidar.
Considero-me privilegiada por exercer minha profissão com interesse renovado a cada dia, e mantendo esta chama acesa, busco novos olhares e novos recursos para substituir o presencial, tudo que possa me fazer sentir útil e produtiva.
O oxigênio que se teme a falta está ainda disponível, mantendo a chama acesa. Motiva a mim e a uma legião de trabalhadores, alguns lutando pela vida, outros produzindo pesquisas, músicas, artes diversas, outros fazendo a manutenção de nossas máquinas, higienizando espaços, recolhendo lixos. Todos essenciais.
É um outro olhar deste momento que estamos vivendo que incentiva e reanima.
Recursos tecnológicos permitem acompanhar o mundo, museus abrem suas portas, pesquisadores, artistas, jornalistas e muitos outros passam a ser nossas virtuais companhias.
Criam-se movimentos de auxílio àqueles que não têm acesso à tecnologia.
Multiplicam-se campanhas por recursos, roupas, alimentos aos necessitados.
Novamente me pergunto:
Quando seremos mais?
Como seremos quando a ameaça acabar? O que vai acabar?
Exercito minha mente e meu corpo, flexibilizo, fortaleço, compartilho, distribuo recursos.
E, quando enfim saio de casa, seja para trabalho ou auxílio, uma voz interna dita cuidados diversos.
É tão estranho, distanciamento, álcool em gel, máscara...
E é no espelho do elevador que me vejo, entre frágil e determinada, agradeço mil vezes por lembrar do principal e indispensável cuidado:
Sorrir gentilmente com o olhar.
É o olhar que magnânimo escapa da proteção e “cegueira” da máscara.
Sim, é possível distribuir sorrisos usando máscara.
Possível aos olhos de quem sorri e aos olhos de quem percebe, recebe e retribui.
Vera, texto delicioso, embasado em conduta amorosa para Si mesma e para o Outro. O seu diário transborda um caminho de sensibilidade visivel, revertendo a crueza da batalha real em que estamos Todos imersos. Parabens
ResponderExcluirObrigada. Estamos todos na busca de melhores caminhos.
ExcluirVera! Eu esperanço, tu esperanças e assim vamos levando adiante. Com esperança! Recebe meu carinho.
ResponderExcluirMarisa Schroeder.
Obrigada Marisa Schroeder. Teu comentário é uma verdadeira corrente do bem.
ResponderExcluirCada um fazendo a sua parte e Esperançando...