Se quiser participar, é só mandar um e-mail pra organizadora em juliadantas@gmail.com pra combinar uma data pro teu relato. Os participantes estão em Porto Alegre ou abandonaram a cidade temporariamente para a quarentena.

6.7.20

Dia 111: por Felipe Nascimento Prestes

Dormi bem essa noite.

Peguei no sono rapidamente e dormi de maneira ininterrupta por oito horas. Venho tendo vivendo essa pequena conquista ou mera normalidade há alguns dias.

Antes disso, tive dias em que era uma luta pegar no sono, ou, então, acordava repentinamente antes da hora. Passar o dia seguinte feito um zumbi tornava ainda mais deprimente o confinamento.

Bem nessa época li uma matéria do El País dizendo que boa parte das pessoas estava tendo dificuldade com o sono e se sentia deprimida. Tive aquele alívio bobo, que em nada muda a condição, mas pelo menos a gente se sente “normal”, seja lá o que isso signifique.

À minha volta, tudo corroborava a pesquisa: cada amigo ou amiga com quem conversava passava por algum problema diferente e super particular, mas, no fundo, tudo era também o mesmo problema. Sofre-se não apenas pelo confinamento ou pelo pânico relacionado à doença ou por problemas físicos e econômicos causados por ela. O confinamento parece gerar ou dar maior relevo a diversas outras questões que a gente ia empurrando com a barriga antes deste micróbio canalha aparecer.

Uma boa notícia seria descobrirmos que junho foi o PICO do desgraçamento psicológico com o confinamento. Que minhas noites bem dormidas foram também as de vocês. E que segue tudo ruim, mas quem sabe menos pior que ontem, amanhã menos pior que hoje, e assim por diante.

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